05 de outubro

Já pensou em trabalhar em uma empresa sem chefe?

Tedson
Tedson

O mercado atual está em constante evolução, cada vez mais pessoas pensam em trabalhar com seu próprio negócio. Tempos atrás, trabalhar como CLT em uma grande empresa era sinônimo de segurança e estabilidade, hoje o mercado está instável até para elas.

Não é à toa que a cada dia que passa nasce uma startup, preparada para disputar em pé de igualdade com empresas já consolidadas. O avanço tecnológico e o marketing digital permitem que novas ideias, produtos e serviços dos mais diversos tipos estejam disponíveis no mercado sem as mesmas barreiras de antigamente.

Contudo, a demanda de disponibilidade e foco necessária para empreender é algo escasso nos dias de hoje. Isso ocorre pois muitos de nós encaramos este desafio em paralelo a uma outra atividade profissional.

  • Hierarquia = Retrabalho

Estruturas hierárquicas tradicionais podem exigir que processos aparentemente simples gastem mais tempo do que o necessário para sua conclusão. Isso ocorre porque a linha de frente quase nunca possui recursos e autonomia para solucionar pequenos problemas. Neste modelo de negócio se faz necessário a existência de gestores, pois os mesmos fazem o papel de intermediadores, coordenando diversos pequenos serviços para uma entrega em grande escala. Porém, se cada um fosse chefe de sua própria parte do processo não haveria necessidade de um intermediador e isso diminuiria os custos operacionais de uma empresa. Aqui o foco é totalmente no serviço.

Por que você acha que a cada dia surgem novos freelancers? A frequência de trabalhos simples tem aumentado e, em muitos casos, o valor que se paga para um determinado serviço pode ser muito menor quando executado por um profissional deste tipo, sem que haja perda de qualidade. Esta opção tem se tornado viável pois, além de pagar mais barato, o tempo de entrega e a burocracia tendem a ser menores.

  • Faça da Missão o Chefe!

Este foi o lema adotado pela Morning Star, empresa localizada no sul da Califórnia, que é a maior processadora de tomates do mundo, responsável por cerca de 30% de todo tomate processado nos Estados Unidos.

Seu objetivo era construir uma empresa cuja cultura descentralizasse o modelo de gestão. Tendo como premissa que todos os membros fossem chefes de si mesmos, ou seja, profissionais que se comunicam e coordenam suas próprias atividades junto aos seus colegas de trabalho, sem hierarquia.

Neste sistema, o que motiva o colaborador são os resultados de seu próprio trabalho e seu compromisso com a organização. Isto fica claro logo em seus primeiros dias de empresa. Cada um dos profissionais precisa ter de forma clara qual será sua contribuição para a missão e metas da Morning Star. Estes tópicos são revisados coletivamente a cada ano para assegurar a conclusão da missão de cada um.

O crescimento dos resultados da Morning Star após implementação deste modelo de negócio foi surpreendente.

Ficou curioso? Quer saber mais sobre a cultura e as premissas de autogestão dessa empresa? Saiba mais aqui.

  • Faça o que quiser… em prol da Organização

Todos estão no poder. Esta máxima certamente trará dúvidas a quem acaba de conhecer este modelo de gestão.

De fato, todos estão no controle de suas ações, e isso engloba até mesmo a aquisição de ferramentas e serviços para conclusão de seus trabalhos. Na Morning Star, qualquer colaborador pode emitir um pedido de compra, não existe um setor de compras para validação. Desta forma, se um trabalhador precisa de uma ferramenta de 5mil dólares, ele simplesmente faz o pedido e envia a cobrança para o setor contábil.

O pensamento central aqui é de que o processo não pode parar, desta maneira, é preciso fazer aquilo que precisa ser feito. Apesar das compras serem teoricamente livres, elas não acontecem de forma desorganizada. Com grande frequência são realizadas reuniões com os trabalhadores que utilizam de ferramentas similares para entender a necessidade e garantir que as aquisições estejam maximizando seu poder de compra.

  • Quais os benefícios de ser gerente de si mesmo?

São inúmeras as vantagens no processo de autogerência, entre elas:

  • Flexibilidade de horário: Se você rende mais à noite, não tem porque se estressar acordando cedo todo dia. O importante é cumprir suas entregas e objetivos no prazo estipulado, pois seu chefe não estará lá cobrando ponto;
  • Não há cobrança de superiores e chefes: Neste modelo, é o próprio profissional que se cobra diariamente, pois definiu suas próprias metas e as calibrou diante de seus pares na organização;
  • Autonomia para tomada de decisão: A autogestão permite que os profissionais decidam, sempre com base na missão da empresa, suas tarefas prioritárias e quais os insumos necessários para executá-las.
  • Economia de tempo: A ausência de burocracia na tomada de decisão agiliza processos e economiza custos.
  • Troca de experiências: Não só a hierarquia é ausente neste modelo, mas também a clássica estrutura departamental. Você irá atuar onde sua especialidade for necessária, independente de uma área específica.

Evidentemente, selecionar os profissionais adequados para este modelo de negócio também se faz necessário. Porém, quando há uma sinergia entre modelo e colaboradores, os benefícios são percebidos por todos, inclusive acionistas.

A autogestão ainda assusta muita gente? Assusta! Mas mesmo que seja um modelo avesso ao que sua organização pratica hoje, busque conhecer sobre. Cada vez mais empresas tem adotado esta alternativa, ainda que de forma parcial. Além disso, os próprios profissionais têm procurado posições que forneçam benefícios desta natureza. Portanto, reflita, será que é possível implementar alguns destes tópicos em seu trabalho?

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